Apenas 16% das mães aleitam nas primeiras 24 horas pós parto
Ninguém
duvida dos benefícios do aleitamento natural. Mas o aleitamento nas
primeiras horas após o parto não é tão comum como deveria. Um estudo
nacional aborda o problema
Você acha que as maternidades favorecem o aleitamento logo após o parto?
A
cena de filme é linda e emocionante. A mãe cansada e suada do esforço
pós-parto recebe seu bebê para o aleitamento e vai ficar por um tempo
nesta calorosa recepção de boas vindas. Difícil não se encantar com a
cena, mas ela está ficando cada vez mais rara. Isso mesmo. Aleitamento
na primeira hora após o parto é pouco freqüente. Esta é uma das
conclusões de um estudo nacional que procurou também identificar os
fatores associados à amamentação na primeira hora de vida. Trata-se de
estudo transversal realizado com parturientes de maternidades do Rio de
Janeiro, nos anos de 1999 a 2001. No total foram analisados mais de
8.000 pares mães-bebês que estavam aptos a amamentar.
Resultado mais impressionante, para não dizer decepcionante, apenas,
16% das mães amamentaram na primeira hora de vida do recém-nascido.
Outros achados da pesquisa; o aleitamento materno nesse período foi
menos prevalente entre os recém-nascidos com intercorrências imediatas
após o parto; entre as mães que não tiveram contato com os
recém-nascidos na sala de parto, naquelas mulheres que tiveram
cesariana, e nos partos realizados em maternidade privada ou conveniada
com o Sistema Único de Saúde. Mais importante ainda, em nível
individual, a amamentação na primeira hora de nascimento foi prejudicada
por práticas inadequadas nas maternidades. O fato é que as práticas
hospitalares, mas não o desejo e a decisão das mães de amamentar, estão
determinando este baixo índice de aleitamento pós-parto. O efeito das
normas das maternidades e a ausência de fatores individuais maternos que
expliquem o desfecho sugerem que as mães têm pouco ou nenhum poder de
decisão sobre essa amamentação e dependem das práticas institucionais
vigentes nestes estabelecimentos. Desnecessário dizer que a amamentação
na primeira hora de vida é recomendada pela Organização Mundial da Saúde
e é importante para o estabelecimento do vínculo mãe-bebê, além de
aumentar a duração do aleitamento materno e reduzir a mortalidade
neonatal.
Os resultados deste estudo são ainda piores que dados prévios que já
indicavam que a prática da amamentação na primeira hora de vida, no
Brasil, é relativamente baixa, ao redor de 43%. Com resultados como
esse, pode ser que a cena continue emocionante, mas o filme, neste caso,
só pode ser de horror. (Boccolini et al. Fatores associados à
amamentação na primeira hora de vida. Rev. Saúde Pública 2011,
45(1):69-78).
Escrito por Dr. Alexandre Faisal
Queridos, já passou da hora de vocês acordarem pra realidade. Desculpa a minha sinceridade, de verdade! Mas
é uma matéria encima da outra que eu tenho postado. Sempre alertando,
avisando sobre os perigos de não planejar teu parto, da cesárea sem real
necessidade, comprovando os benefícios do parto humanizado, do
acompanhamento de uma Doula, dos benefícios do aleitamento materno
exclusivo por 6 meses e continuado por 2 anos ou mais, de que bebês
precisam de atenção, etc, etc, etc...
Esse
lance de não tenho como pagar por um parto humanizado, engravidei de
surpresa, estou com muitas dívidas NÃO É IMPEDIMENTO PARA O MESMO!
Assim como voltar a trabalhar não é impedimento para continuar amamentando e não é motivo pra dar mamadeira.
Será que é tão difícil arcar com suas responsabilidades?
E
daí que o pediatra falou que "é melhor dar a mamadeira de leite de vaca
enquanto você estiver no trabalho" ? Custa dar uma pesquisada, buscar
quem entende do assunto (e quem entende de amamentação é uma consultora
em amamentação e é muito difícil um pediatra entender do mesmo) ? Quem sabe o que é melhor pro seu filho é você ou ele?
Não consigo entender as mães transferindo suas responsabilidades para terceiros e sério, confesso que estou cansada disso!
Tem
mãe que quer mesmo a cesárea, sabendo dos riscos e tudo mais. Mas foi
uma escolha "consciente". Agora o que não dá, são aquelas que ficam se
lamentando depois pelo leite derramado. Pera lá! Informações você teve!
Não fez pq não quis, não vem com historinhas pra cima de mim, que não
cola... Enfim.
O
que eu queria realmente falar (desculpem o desabafo) é que cada vez
está ficando mais evidente que as coisas no Brasil/Rio de Janeiro estão
difíceis.
Se
ainda tem a chance de investir no teu parto, invista. Não fique
contando com a sorte ou com o bom humor do teu médico do convênio não.
Vá
atras! Corra! Conquiste teu parto! Conquiste tua amamentação exclusiva!
Descarte os palpites dos vizinhos e das vovós, ouça teu instinto,
busque informações corretas. Não espere o tempo passar para depois se
lamentar!
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